2005/05/28
Do pouco
Marília Campos
Porque as coisas têm que ser vividas dando-se um passo de cada vez. As momentaneidades de nada me servem. O que acrescentam palavras doces agora, quando precisei delas realmente semana passada? E essa mão que me afaga durante minutos, horas, quando penso em permanências? O limiar de um sentimento novo e indeciso que brota, é abafado por breviedades. E isso é muito fácil, e eu nunca gostei do que é fácil. O beijo de agora não deveria ser visto como apenas um lapso de saudade...
Quando adivinho algum nome ou olhos no espelho do meu coração, é porque penso na seriedade e na realização de tudo o que um dia foi idealizado e que, enquanto presa a lágrimas e mágoas, não permiti que se tornasse realidade.
O adeus sem saber se tem volta não me faz bem.
E a saudade infinita que não é saciada também não.
E eu não vivo de pouquinhos.
Acho que é isso.
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