Foi há pouco tempo que me veio à memória aquele tempo das
tuas palavras, tuas letras, teu silêncio. Passado guardado que, vez ou outra,
lateja no fundo do peito. Não quis, mas fez tarde de sol parecida com aquelas
que conversávamos. Não quis, mas fez noite fresca como as que juntos permanecíamos.
Fazia tempo que o dia e a noite não se pronunciavam dessa forma, querendo
trazer a tona o que tanto fujo e reluto. Não sei por que a vida as vezes nos
traz a memória o que preferimos lembrar apenas quando os dias estão bons,
bonitos, diferentes, e tudo vai bem. Quando ela quer nos fazer re-sentir não adianta,
não consigo desviar, ainda que corra, ainda que me esconda, é preciso sentir o
gosto dessa lembrança, o sabor daqueles dias e momentos, como uma seta
inflamada num coração que insiste em ser forte.
Nenhum comentário:
Postar um comentário