Between single moments
Chega um tempo em que passamos a encarar as coincidências
como um cuidado da vida para conosco. Chega um tempo que as coisas se tornam
mais claras, a água deixa de ser turva, a visão menos embaçada, o coração
sossega, encaramos as coisas de forma mais madura e simples. Aceitamos, sem
demorar muito, que algumas coisas não são pra ser. Aquilo que você sempre quis
e idealizou, a vida tem mostrado que não é por esse caminho. Ao invés de
espernear e insistir, aceitamos e mudamos a rota, e então as coisas fluem. Não
é só coincidência, é cuidado para que você não tropece tanto.
Porque esse tempo também chega, em que damos mais ouvidos ao
que pulsa dentro de nós do que a palavras e opiniões alheias. Não é querer ser
movido por sentimentos, mas existe uma parte de nós que pondera, mede,
dimensiona (e quantas vezes eu a ignorei...) e, só com as lições aprendidas,
damos o devido valor.
Chega um tempo, um tempo bom, que a vida nos pega nos braços
e nos poupa de tristezas, mágoas, amarguras. Chega um tempo que deixa de ser uma
tola coincidência. É algo maior, é carinho, é cuidado, é afago, é a vida
fazendo o que pode para não tirar, depois de tantas tempestades, esse prenúncio
de sorriso que existe no teu rosto.
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