2010/02/20

A solidão da palavra

Praça da Catedral de Notre Dame - Paris

A solidão de uma palavra que consiga traduzir a ansiedade ou o temor de um momento qualquer parece povoar um vento que não sopra. Talvez nessa brisa é que esteja a palavra, o sentimento, a substância. A solidão da palavra habita na monotonia e na ordinariedade dos dias. A página em branco não consegue colorir-se de letras e sentimentos, porque, sozinhas, padecemos. Talvez o que devesse nortear o coraçao não deveria ser a falta (de coragem) da palavra, mas, de repente, um querer maior, uma vontade (mas falta coragem) de traduzir-se nas entrelinhas do pensar.
Por hora habitam-me a solidão da palavra, o vento que não sopra e um desejo qualquer de ser compreendida.