2006/07/25

Cais


Gonçalo Pereira - Cais da Tranqüilidade

Sentar-se e observar o que me cerca. Desde o horizonte incerto ao céu que se revela sobre minha cabeça. Sorrir para todas essas simplicidades singulares. E, desse olhar, resgatar todos os meus...... –res. Restituir. Rever. Reinterpretar. Recriar. Renascer. Até que, de tanto olhar e sentir, não seja mais a mesma que primeiramente achegou-se a esse cais de possibilidades. Talvez eu seja agora a brisa que sopra e faz frio. Ou então a água que, pairada sobre as margens, des-adormece do peito os prefácios da ternura, dos sonhos e do amor.

2006/07/18

Abismo de -ins

Válter Ferreira - aGota
A memória fica entoando ausências, arrependimentos e aquilo que me impossibilitou um vôo mais alto. Mas eu sorrio para ela, porque pude vencer mais uma das barreiras que se colocavam diante de mim. Venci, porque me sinto lua crescente, nova, ou qualquer coisa maior que minguante e menor do que cheia. E isso me faz bem, mesmo sabendo que poderia ter feito melhor.

Mas agora ela me coloca à beira de um abismo que transborda de dúvidas e impossibilidades. Justamente eu, que sempre a questiono, me vejo diante de suas interrogações, inconstâncias, -ins, na iminência de despencar...

A saudade, a falta e tudo aquilo que não pude viver, por orgulho ou fraqueza, ficam sendo o que compõe esse precipício. E ele tenta, com seus nãos e por quês me convencer do contrário, de que maiores são os desejos insatisfeitos do que o esboço de um sorriso. Não sei o que deseja. Mas, de qualquer forma, deixo-o, gritando suas inseguranças e contradições enquanto salto no escuro.

Quem sabe assim não Nos. Me. encontre.