2007/06/27

Surpresas

X.Maya - Centro da Vida

A vida me surpreende nas esquinas, nas pequenas coisas, justamente naqueles momentos em que penso que de mim não se lembra mais, que de mim perdeu-se. Ela me manda flores em palavras, atitudes, e faz brotar um tímido, porém sincero sorriso na face. Sorriso que, por vezes, quer esvair-se, mas ela não deixa (ainda bem).

Gosto dessas coisas instantâneas, de não saber onde, quando e como vou poder admirar sua capacidade de me mostrar, num canto qualquer, não orgulhos, não dualidades... Mas cumplicidades, reciprocidades e alegrias, ao entender que o vazio pode ser sim um espaço repleto de sentimentos bonitos e, as frestas, lugares de onde brotam flores e novidades. Vazio dentro de mim, guardado e escondido, onde ela sempre soube me encontrar, e onde eu tenho certeza de que vou sentir paz.

2007/06/18

Meninas

Marília Campos - Peek-a-boo

Vinte-e-quatro são as horas de indecisões e arrependimentos que permeiam o coração um tanto duvidoso quanto ao vindouro. Elas se esvaem como areia entre os dedos e eu pareço ficar à mercê de ansiedades e medos. Não lembro mais daquela menina peralta que se escondia por entre os becos da mente, brincando com questionamentos, e me fazendo sorrir. não.lembro. E fico tentando procurá-la, principalmente por entre as frestas do dia. da noite. da madrugada. Não a encontro, parece ter se esquecido do lugar a qual pertence. Perdeu-se. Mas acho que até entendo, pois dei lugar à ociosidade do talvez às suas certezas de felicidade, ainda que momentâneas. mas.que.me.faziam.bem.

InConStânCiaS.

À memória, só vem mesmo aquela menina zangada que, (mesmo) depois de me dizer tantas coisas, questionando, incomodando, fazendo doer a ponto de me convencer do contrário, insiste em não adormecer. Ao menos uma, dessas vinte-e-quatro, que são as horas.

2007/06/10

Um dia

Desconheço Autoria

Então tu me chegarias manso e absorto, como quem deseja um pedaço do meu coração para tomar de conta. Tu me chegarias menino e ingênuo, querendo descobrir algo de mim que há muito desconheces. Eu te pediria para sentares ao meu lado, beijaria os teus lábios e sussurraria aos teus ouvidos uma palavra que te trouxesse paz. Que sabe amor, ou compreensão, ou cumplicidade. Tu não me entenderias por completo e eu, sem temer que deixasses, que fosses, tomaria a tua mão e entrelaçaria os teus dedos nos meus. Tu te acalmarias e me escutaria, como sempre o fizeste, mais uma vez. E eu começaria a te mostrar, uma a uma, as minhas mais profundas cicatrizes.