2008/07/26

sobre o medo

André Viegas (olhares.com)
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O medo em mim é um gigante. Medo do novo. O novo nos deixa desnorteados, justamente porque saímos da zona de conforto, daquilo que nos era aprazível e encaramos algo diferente. Isso é bom, mas causa angústia. E paraliza. Medo de ser incompreendida, de se precipitar, de errar, ferir, frustrar. O medo é sim um gigante. Tudo novo e eu amedrontada por causa do passado. Ninguém esquece os erros, apenas olha para eles como se fossem aprendizados. Erros que proporcionaram amadurecimento. Mas, ao olhar para trás, ainda estão lá, e continuam sendo erros, porque, às vezes, é só errando que se aprende. Mas o erro nunca será um acerto, nem contando que se aprenda!

Erro é erro. Acerto é acerto. Cicatriz é cicatriz. Aprendizado é aprendizado.

Existe um medo pairando num buraco do peito. Parece que encontrou lugar bom, querendo levantar lonas e dizer que veio para ficar. Para vencê-lo, só mesmo fazendo-o sentir-se tão pequeno a ponto de perceber-se desnecessário, ínfimo, desaconchegado, e ir-se. Para vencê-lo, só mesmo uma atitude de coragem que o faça sentir medo de mim. Imagina: o medo com medo da minha coragem...

Mas cada dia é uma luta, ele querendo apoderar-se do que não lhe pertence, e eu tentando vencê-lo a qualquer custo. O medo é sim um gigante. O medo é Golias, e eu, o pequeno Davi. São tantas vozes dizendo que não devo, são tantos outros caminhos para fugir... E eu aqui, querendo acertar o alvo para conseguir avistar o horizonte que se forma atrás do gMoEliDasO. Com certeza ele deve ser bonito, bem diferente desse que avisto agora, enquanto sigo para o rio em busca de 5 pedrinhas...
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ps: que foto simplesmente linda!!! Eu quero um horizonte assim. :)

2008/07/12

Nunca deixe a(o) menina(o) dentro de você morrer

Ana Luisa

Difícil não viver de ilusões, em meio a todos esses castelos que se constroem e se desconstroem, esse de areia hoje, que desmorona amanhã e logo em seguida outro se forma, e eu penso que é verdadeiro, e, em breve, também se desfaz. E todos os sentimentos alimentados em relação àquele vêm a tona, causando angústia e descontentamento, como se desnorteasse qualquer alma em busca de um horizonte mais preciso.

Porém, em meio a sentimentos inconclusos, a monstros de ansiedade, a lacunas e pontos de interrogações, eu a vejo. Eu a vejo lá todo o final do dia dentro do meu peito. aquela menina. ao fim do dia. existe uma menina dentro de mim. que me espera. que me chama para brincar. E com ela eu me redescubro, eu me refaço, re-penso, volto a sonhar. Pena que a menina dorme, porque se cansa. Daí eu volto a esse mundo repleto de versus. Ilusão-versus-desilusão, sonho-versus-realidade, alegria-versus-lágrimas, falta-versus-presença. versus. versus. versus...

Mas eu espero, eu sempre espero e ela espera por mim. Porque existe um horizonte, existe um sonho e existe uma menina que me chama pra brincar. Não que a prefira a viver essa realidade, mas só a gente sabe como é estar num mundo onde as coisas fazem mais sentido. Cada um sabe a delícia de receber um sorriso cúmplice e incondicional vindo dessa pessoa nesse mundo de possibilidades ainda que aparentemente impossíveis que criamos. Então acorda menina. acorda e brinca comigo. brincaremos. brincamos. sempre. Eu. Ela. e os nossos Sonhos mais bonitos.