2006/07/18

Abismo de -ins

Válter Ferreira - aGota
A memória fica entoando ausências, arrependimentos e aquilo que me impossibilitou um vôo mais alto. Mas eu sorrio para ela, porque pude vencer mais uma das barreiras que se colocavam diante de mim. Venci, porque me sinto lua crescente, nova, ou qualquer coisa maior que minguante e menor do que cheia. E isso me faz bem, mesmo sabendo que poderia ter feito melhor.

Mas agora ela me coloca à beira de um abismo que transborda de dúvidas e impossibilidades. Justamente eu, que sempre a questiono, me vejo diante de suas interrogações, inconstâncias, -ins, na iminência de despencar...

A saudade, a falta e tudo aquilo que não pude viver, por orgulho ou fraqueza, ficam sendo o que compõe esse precipício. E ele tenta, com seus nãos e por quês me convencer do contrário, de que maiores são os desejos insatisfeitos do que o esboço de um sorriso. Não sei o que deseja. Mas, de qualquer forma, deixo-o, gritando suas inseguranças e contradições enquanto salto no escuro.

Quem sabe assim não Nos. Me. encontre.

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