2008/05/30

Sonhos (im)possíveis

Domenique Reidy - Um sonho

Tantos são os sonhos que adio, que deixo para depois... Por que adia-los? Porque, aparentemente, hoje, agora, não são possíveis... E o meu corpo é agora e hoje uma espera infinita, e a esperança um sono que descansa numa ansiedade absurda, como se aquela borboleta já não soubesse mais do casulo, não entendesse mais o porquê de tanto tempo, tantos dias, horas de mudanças... Por quês que só os sonhos realizados desvendariam...
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Daí nascem outros (sonhos e desejos) e, com eles, novas horas... tudo se renova e faz aqueles ir-realizados deixarem de ser os prefácios que gostaria que fossem. Mas há alguns que permanecem, intactos, não os deixo desvanecer. E o coração, por vezes, toca essa tênue linha entre o amor e o desejo, o sonho e a ternura, como se agora um deles fosse tornar-se real, mas não sabe bem como para sempre possuí-la, assim, tão perto...

Sonhos que adio, sonhos que não deixo... um desabrochar que, de amanhã em amanhã, dorme, aninhado entre os dedos tenros e sozinhos da palma da mão do tempo, que se fecha para o irreal e o impossível. Eles não têm vez aqui. Os meus sonhos, os nossos sonhos, serão sempre possíveis, ainda que só dentro de nós.

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