Domenique Reidy - Um sonho
Tantos são os sonhos que adio, que deixo para depois... Por que adia-los? Porque, aparentemente, hoje, agora, não são possíveis... E o meu corpo é agora e hoje uma espera infinita, e a esperança um sono que descansa numa ansiedade absurda, como se aquela borboleta já não soubesse mais do casulo, não entendesse mais o porquê de tanto tempo, tantos dias, horas de mudanças... Por quês que só os sonhos realizados desvendariam...
.
Daí nascem outros (sonhos e desejos) e, com eles, novas horas... tudo se renova e faz aqueles ir-realizados deixarem de ser os prefácios que gostaria que fossem. Mas há alguns que permanecem, intactos, não os deixo desvanecer. E o coração, por vezes, toca essa tênue linha entre o amor e o desejo, o sonho e a ternura, como se agora um deles fosse tornar-se real, mas não sabe bem como para sempre possuí-la, assim, tão perto...
Sonhos que adio, sonhos que não deixo... um desabrochar que, de amanhã em amanhã, dorme, aninhado entre os dedos tenros e sozinhos da palma da mão do tempo, que se fecha para o irreal e o impossível. Eles não têm vez aqui. Os meus sonhos, os nossos sonhos, serão sempre possíveis, ainda que só dentro de nós.
Sonhos que adio, sonhos que não deixo... um desabrochar que, de amanhã em amanhã, dorme, aninhado entre os dedos tenros e sozinhos da palma da mão do tempo, que se fecha para o irreal e o impossível. Eles não têm vez aqui. Os meus sonhos, os nossos sonhos, serão sempre possíveis, ainda que só dentro de nós.
Nenhum comentário:
Postar um comentário