``Nimi era um menino um pouco descuidado e andava quase sempre com o nariz escorrendo. Além disso, entre os salientes dentes da frente havia um belo intervalo. As crianças chamavam esse espaço de poço de lixo. Todas as manhãs Nimi chegava à sala e começava a contar um novo sonho, e todas as manhãs diziam-lhe chega, já ficou chato, fecha o teu poço de lixo. Mas Nimi, em vez de ficar ofendido, participava do deboche. Engolia o catarro, e começava de repente a chamar a si mesmo (...) pelos apelidos pejorativos que as crianças lhe deram: Poço de Lixo, Sonhador, Sapato-Ouriço. Maia, a filha de Lília, a padeira, que sentava atrás dele na sala, cochichava algumas vezes: Nimi. Escuta. Você pode sonhar com o que quiser...``
Amos Oz - De repente, nas profundezas do bosque.
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