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E se eu for pensar no dia 1 de outubro de 2006, eu estava completamente confusa, perdida, indecisa. Não me lembro como estava o tempo naqueles dias, mas hoje foi um dia de ventos que anunciaram a chuva que cai agora, deixando a luz fraca e o meu coração feliz. Como se desde lá eu estivesse sendo preparada para essa novidade, esse cheiro de terra molhada, essa surpresa do tempo. E, junto com essa chuva, também deságuam dentro de mim perspectivas, sonhos, desejos, coisas muito bem-vindas e aguardadas.
Penso agora em borboletas, como devem estar se sentindo em meio a essas gotas? Será que desencasulam amanhã? Será que deixam para depois? Penso que querem mesmo é aspirar a nova vida juntamente com uma chuva torrencial, ou uma garoa, ou pingos de um amanhecer. Borboletas me fascinam, flores também. Que capacidade de tornar um tempo de vida efêmero em eternidade, em alegria para os românticos, para os poetas, para as crianças... Quem não se encanta com uma borboleta ou uma flor que morrerá dali a alguns dias, meses, mas que deixou um encantamento por onde passou?
Se continuar a pensar em borboletas por mais um breve instante, chegaria a conclusão de que existem espécies que fazem questão de serem lembradas por seus vôos altos, ou por suas cores belas, e só. Não julgo-as. Mas digo ainda que há outras, que preferem ser lembradas simplesmente por terem des-encasulado, e visto um mundo que fora do casulo é o mesmo, mas que, dentro de si, depois de todo aquele tempo de metamorfoses, é como nenhum outro. Eu fico com estas.
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